quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Devaneios


Caminho dias a fio na enterna esperança de ser compreendida, entendida, percebida.

Que as minhas palavras ecoam num gesto veloz como o tempo, e enterneçam os corações mais empobrecidos que ilustram o Mundo que se apresenta em meu olhar.

Que tudo se estilhace em pequenos cacos de vidros, e minhas mãos retenham o dinamismo de os colar, juntar, unir...

Que o teu olhar que se desvaneceu em mim, volte a brilhar, com a mesma intensidade que resplandeceu no primeiro instante em que nos cruzámos.

Soltam-se notas musicais envoltas em ternura e carinho da guitarra embalada em meu vulto, as folhas ressequidas do Outono alumiam a calçada desgastada de tanto caminharmos...ou caminhar?

Se observar o que ficou para trás, a tua imagem encontra-se perdida no algures da solidão..não em mim. Em mim, restam imagem distorcidas, a preto e branco, que me embalam dia apos dia numa canção de amor perdido. Tentamos admirar a vida que se desenha á minha frente (ou tento?) juntando as peças de puzzle que se espalharam num silêncio obscuro.

Deixa-me ecoar ressentimentos, sentimentos, arrependimentos... falar de todos os 'entos' que me transformam numa borracha prestes a apagar os dias que se transpõem.

Deixa-me pronunciar as minhas profecias, as letras soltas escondidas no bolso da algibeira, que me esboçam num soldado perdido, ferido, dorido.

Não fales em amor em vão...hostil sentimento que em outrora se perdeu. fala antes do futuro que se aproxima, da distancia de mil léguas que separa cada gesto, cada carência. Não será isso um termo ao inicio?

Se soarem bramidos de socorro será que lá estarás? ou a tua imagem irá ser transposta por outro vulto que me aquece nos momentos de maior interrogação?

Restam dúvidas alheias, oscilações de pensamentos, que me acalentam fazendo-me esperar o novo dia que se irá apresentar... Como o sussurro que se fez ouvir em meu ouvido, cada homem faz a sua história, a minha está prestes a ser escrita, dactilografada, anexada no livro a que denominam de amor.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

o amor



Hoje perguntaram-me o que era o amor…Pergunta incrédula, que me fez voar para o Mundo da reflexão, não pondo de parte a tua figura doce e calorosa.
Tentei adequar palavras que exprimissem o que esse sentimento traz de tão valioso para meros seres humanos como nós. E pensei em ti…no teu olhar, no teu vulto, no teu mágico toque.
A caneta que minhas mãos seguram, começou a derramar tinta…podemos retratá-lo como doce e amargo..como uma janela aberta à felicidade, ou uma porta que nos fecha no beco da dor. Como duas mãos dadas que se desenham por montes e vales, ou dois corações que se separam ofuscados pela lágrima que corre rosto abaixo.
O amor..pode ser tanta coisa, um conjunto de antónimos e sinónimos que se entrelaçam entre si, não deixando que nada os desuna. Mas se pensar em ti…pensar mais um mero minuto, retratarei este sentimento tão vasto com adjectivos mais fugazes, ardentes, ditosos. Retratarei como o sorriso que se esboça em nossos lábios, o brilho no olhar que não hesita em resplandecer iluminando o nosso rosto, a “impressãozinha” na barriga que sempre teima em nos fazer ficar nervosos quando admiramos o vulto um do outro. Diria que o amor abre caminhos rumo a sentimentos inexplicáveis, antes desconhecidos, que nos fazem elevar ao mais alto auge da felicidade. Mas este sentimento, num pequeno segundo que o relógio marca, pode revirar-se de tal forma que todos os adjectivos, as palavras, as descrições subjacentes a ele se modificam, originando um ciclo vicioso de onde nem sempre conseguimos escapar. O amor…permaneceria aqui dias, meses e até anos se quisesse exprimir toda a sua descrição, toda a subjectividade a ele inerente, todas as opiniões espalhadas por esse Mundo fora. Poderia desenhar a felicidade que imerge nele quando ficamos apaixonados, o medo que o rodeia quando o sexo o quer ilustrar, ou a dor que fica quando somos rejeitados, deixados ou traídos. Se há sentimento mais delicado e complicado de retratar, diria que é o amor. Que é esse sentimento tão enigmático, mágico, que vem de um não sei onde, para um não sei o quê. Ninguém ousaria a proferir apenas uma palavra que o descrevesse…estaria redondamente enganada. Podemos apenas reflectir sobre ele, sonhar e sermos ousados em arriscar a descobrir o que ele tem para nos oferecer.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dor


hoje acordei envolta em dor..dor de tanta coisa, que me torno um ser insignificante ao tentar identificar de onde parte este sentimento tão vasto. Estico a mão ao encontro de amparo...do abraço perdido que ficou para trás, à espera que um dia fosse ao seu encontro...Mas parece ser em vão... O céu escurece e as quatro paredes que me circundam, parecem aproximar-se de mim, entalando-me num beco da solidão. faço ecoar a minha voz, mas estou rouca..rouca de dor, de sofrimento, de forças... Apenas se soltam pedaços da escrita que a caneta de tinta azul ainda teima em largar.

Tudo ao meu redor ficou sem sentido... Não há céu com estrelas, não há o doce e o amargo, não á a primavera e o verão..Tudo ficou deveras sombrio. as lágrimas correm-me rosto abaixo, mais salgadas que o habitual...as horas de sono perdidas, envoltas em controvérsias sem um único sentido, fazem.se reflectir nos inchados olhos que fazem petrificar o meu rosto. Tudo parece estar denegrido em dor.. Por momentos, paro para pensar em momentos de felicidade que se tenham cruzado na minha vida. Mas parecem tão longíquos, parece que a barreira que me separa deles teima em não me querer deixar passar... deixo as marcas das sandálias que acolhem os meus pés para trás.,.e tento não mais olhar. Mas será que existe um rumo para a frente? será que os meus pés, cansados de caminhar por entre calçadas gélidas me deixarão continuar o caminho? procuro incessantemente respostas incrédulas, que jamais me deixam transparecer de novo o sorriso que me iluminava.

para onde quer que a estrada mude de direcção, os sonhos que em outrora divagavam sobre a minha mente, caminharão comigo, na esperança de que um dia tudo volte a ser o que era.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

recordações de menina


Hoje decidi falar sobre o que já fui...e que num momento desejo tornar a ser. Aquela menina de brilho nos olhos, que esboçava sorrisos ofegantes a cada imagem colorida que se coloca sobre o espelhar da lua. Aquela que escrevia bilhetes, em letra grande e redonda, e colocava-os no bolsinho do bibe, a fim de um dia os voltar a admirar. Tantas noites sem fim, que me aconchegava junto ao pequenino e peludo urso de peluche, contando os mais belos segredos das descobertas diárias que fazia. Relembro-me como se fosse hoje, das tardes passadas a andar de baloiço, baloiçando cada vez mais, e esticando a mão, pensando tocar no Mundo para lá do céu. Acordava todas as manhãs, com aquele doce e terno beijo materno, que me fazia saltar da cama com um espírito cheio de magia. A figura de menina enérgica, emergia em mim, antevendo a mulher sonhadora e cheia de objectivos que hoje se desenha. Tantas memórias me ocorrem, aquando as palavras se querem soltar… É um tão vasto conjunto de sensações, emoções que preenchem o coração tão puro de criança. Se as enumerasse todas, nem o conjunto de folhas que celebra um best-seller chegavam. É bom recordar, fechar os olhos e voar para os momentos felizes que ainda prevalecem.
Com o decorrer dos tempos, a criança doce, com os caracóis sublimes que iluminavam o rosto, foi crescendo, perdendo a magia no olhar. Ficam as recordações guardadas em pequenas caixinhas no lado esquerdo do coração, imortais e prevalecentes a qualquer mão que as tente destruir. São recordações encantadas, iluminadas pelo doce sabor de ter tido uma infância feliz.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Saudade


Hoje senti o sabor da saudade. O sabor amargo de não estares a meu lado, da tua presença não perseguir cada passo meu, cada gesto que se solta do meu ser que hoje, se denomina de solitário. A Lua lá fora chora, derrama lágrimas de sal que caem no Oceano cheio de tormentos e angústias. Saberás algum dia a falta que me fazes? Sinto falta do teu olhar meigo que me aquece a alma, do teu sorriso que nestes dias de calor parece ainda mais deslumbrante, fazendo ecoar o cantar dos pássaros no mais belo dia de primavera. Sinto falta da tua palavra reconfortante, que me pede de mansinho para a calma me invadir, ou aquela que me faz sentir cada vez mais amada, elevando-me ao espírito de pura melancolia. A tua ausência abre uma ferida em mim, faz-me não querer aquilo que quero, faz amargo o que deveria ser doce. Seria tão belo o romance onde, todas as manhãs, despertava contigo ao meu lado, envolvendo-me em teus braços consoladores e sorrindo para mim fazendo o meu dia começar da melhor forma. Como tu és capaz de sorrir sempre para a vida, de tornar tudo numa grande ópera afinada. Se soubesses o quanto estás inserido no meu ser, o quanto o meu corpo te deseja ou meus lábios necessitam dos teus… Talvez saibas, mas não o tanto que deverias saber. A cada dia que corre, por entre amanheceres que se tornam tardios por ambicionar demais sonhar contigo, a saudade aumenta em meu peito, deixando um aperto que tento desprender. Mas não sou capaz…Torno-me num ser deveras incapacitante querendo matar esta saudade. É-me inalcançável a verdade de não te ter aqui. De não te poder dizer o quanto te amo ou, simplesmente, fazer-te cócegas vendo teus olhos brilhando fixando os meus. Consegues ser um tudo tão completo, um vício ao qual ainda não arranjaram uma cura. A tinta que derrama pela caneta que se esconde em minhas mãos, apenas quer sussurrar-te de baixinho que sinto uma imensa saudade, levar-te um longo e doce beijo pela estrela mais iluminada… Passar a mão pelo teu vulto solene e pronunciar de baixinho que te quero. Mas encontras-te demasiado longe. Apenas me resta oferecer-te estas palavras, que soltaram em mim como breves cânticos e te levam um terno momento daqueles que só nós sabemos ter.

sábado, 11 de abril de 2009

Minha estrela


Olho para as pegadas que ficaram para trás, e recordo-me da ínfima união que nos ligava num laço eterno de amizade. As palavras que trocávamos por entre horas a fio que pareciam decorrer na rapidez de um mero minuto, os olhares de carinho que compareciam em nossos vultos quando nos encontrávamos juntos, os abraços de força que partilhávamos em momentos apenas nossos.
Hoje em dia, sobreponho a essas pegadas o sentimento que nasceu em coro entre nós. o coração que parece correr quando meu vulto encontra o teu, o olhar que brilha quando observo a tua pessoa perfeita, as pernas que tremem ao pensar no calor do teu maravilhoso corpo. Foi um sentimento que veio adicionar à felicidade de viver, o sabor doce e ácido do amor. Se tento afigurar o futuro, apenas o observo a teu lado, percorrendo campos verdes de mãos dadas contigo, sorrindo para o horizonte que nos prospera inúmeras horas de eterna cumplicidade.
Em outrora, teu rosto sobressaía em mim o quente abraço reconfortável do melhor amigo, a palavra certa dita na hora certa. Agora, cada vez que presencio o teu ser, predomina o desejo ardente de te ter, de te sentir, de te elevar à mais bela loucura de amor. Teus olhos, como as avelãs que ilustram as tardes de Outono, fazem-me dançar ao som da melodia que ecoa para lá do sol que me aquece; o teu beijo eleva-me ao mais alto nível da felicidade, fazendo-me querer-te para sempre. È o sentimento doce e ardente que nos une, a força mágica e eterna que envolve estes dois seres apaixonados. O teu encanto seduz-me sempre que me tocas, que me beijas, sempre que me fazes navegar no mais calmo oceano. Faz-me ambicionar teu vulto entrelaçado no meu, trocando juras de amor que escrevemos para que se tornem eternas. O suor que o teu corpo emerge, tocando no meu, possuindo-me, agora, num momento de pura sedução.
São meras palavras de paixão, que esta caneta redige numa letra bela e certa, como o sentimento que guardo em meu coração para te oferecer. Ambiciono que sejas a pessoa que irá colar os estilhaços de vidro da amargura, que ainda me fazem sofrer, que sejas a pessoa que permanecerá a meu lado num momento denominado de sempre!

domingo, 15 de março de 2009

Falsidade


Caminho sobre os grãos de areia que ilustram a praia, e cada um deles retrata uma letra da palavra que abriu os olhos ainda semi-cerrados da infância - falsidade.

Palavras alheias, gestos enconbertos que voaram e se desvaneceram da minha vida rumo a um passado que nunca mais será recordado. Como as coisas voam da tua cabeça, caminham para longe e te tornas no pior retrato da mentira... Foi bom ter descoberto quando ainda o relógio não tinha terminado de tocar, ter fugido a tempo para um outro Mundo mais acolhedor. Se teus olhos tocarem nos meus, não hesites e vira teu rosto, porque o meu olhar não observará mais teu vulto.

Amizades que atraiçoam, que ferem, que partem em cacos o diamante que nos unia... e que se tranformam em puro desprezo, que guardo, sinceramente, em meu coração para te oferecer. Não haverá mais aquelas palavras de reconforto, aquela força de ambas as partes, nem os passeios a sítios de ínfima união. Agora o sol perdeu toda a sua luminosidade, deixou as nuvens o enconbrirem e largarem os relâmpagos que me enfurecem sempre que penso em ti. Largo estas palavras, sabendo que já superei, que a vida já me ofereceu um outro rumo no qual caminho sem mais olhar para trás. Mas não espero que estas cheguem a ti. Porque um dia, saberás o mal que fizeste, saberás as palavras que pronunciaste e que deverias reflectir antes de as soltar. Saberás o que perdeste, e quando mais precisares, não estarei..Estarei num Mundo bem distante do teu, onde o teu sorriso ou as tuas lágrimas não comparecem. A porta que ainda se encontrava semi cerrada, fechou por completo. Sem deixar pegadas que ainda a pudessem abrir de mansinho.

Tu que tanto criticavas a falsidade, que tanto a ilustravas no teu dicionário de pessoas a ignorar, foste o mais belo retrato dela. Redigiste-a com tal força, que até as folhas da árvore cairam de te ouvir falar.

Agora...reduz-te ao que escreveste, vive com as tuas duas caras, e continua o que começaste que para mim, nunca mais irás acabar.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vida


Vida…Dias que passam,que correm com espectadores, actores principais e secundários… Pessoas que passam e nos envolvem no quente do seu abraço, outras que nos espetam flechas lançadas com fugor. Horas que desenrolam, fazendo-nos suspirar pelo último minuto recordado com um brilho nos olhos. Minutos que o relógio parece não querer marcar, que levam ao desespero, á solidão, á procura de um nada desconhecido. Palavras que tocam, acariciam, que tornam doce o amargo de outrora. Sílabas que iluminam o céu, e petrificam na janela um vulto adormecido. Questões que embaraçam o árduo e audaz significado disso mesmo…da vida. Um romance, um policial, uma comédia, descrita com inúmeras páginas anexadas em capítulos que aumentam com o dia a dia que teima em nascer. Um best-seller avistado na banca mais preciosa do nosso ser. Escrevemos o rumo, o decorrer da história, a entrada e saída de personagens, a hora do nascer do sol e do anoitecer. Desenhamos o luar observado pelo nosso olhar, o sol que enternece as mãos dadas de dois recém namorados, as ondas que ilustram o mar. Colocamos cada pedra na calçada onde caminhamos, cada tempestade que nos atormenta, cada lágrima que rompe e deixa o sal nos sedosos lábios. Redigimos o encontro, a desilusão, a morte da alma que nos faz embarcar no cruzeiro da paixão. A mágoa do sentimento indefinido a que denominam amor, o sorriso da amizade, o ardente envolver de dois corpos nus, o corrimão da escada que provoca dor. Vida…segundos, minutos, horas, dias de afirmações... Meses, anos, séculos de meras negações. É o ácido do limão que corrói o sentimento, o doce que faz querer mais e colocar arma em punho rumo á guerra. A bandeira branca que indica a paz, que enternece o olhar tímido de uma criança. O novo ser que nasce, e cumprimenta o Mundo que o vai acolher. A lágrima do ser que parte, para uma indefinição de um incógnito prazer. Vida… sensibilidade comum a todo o mortal, Narração coleccionada pelos olhares mais bisbilhoteiros que intrometem, atormentam, entram sem serem convidados e teimam em não querer sair. Inúmeros volumes numerados pela idade que começa a pesar e pela infância à muito adormecida. É a descrição de opostos, de diferenças, de um bem precioso a todos. É o nosso ser.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Momentos


Porque é que a lágrima corre, sem meio nem medida, sem razão concreta ou aparentemente correcta? Os momentos vão como os segundos passam no tempo, as recordações de duas mãos unidas embarcam rumo a um nada sem fim.. são horas que ficam marcadas mas que rapidamente se desvanecem numa tempestade sombria. O teu vulto permanece, ao invés do meu no teu ser. Permanecem as trocas de olhares, as mãos que se tocaram de mansinho, os lábios que se envolveram num momento único e inesquecível. são momentos fiéis ao meu coração, que não atraiçoam e que alimentam os meus sonhos e desejos mais encobertos. Permanece o minuto onde o luar se esbateu sobre o rio, onde ao longe se avistavam contornos de beleza e de luz...permanecem as folhas caídas no chão, que pisávamos até ouvir o seu estalar, sorrindo como duas pequenas crianças na idade da descoberta.. Depressa estávamos com os nossos lábios entrelaçados, e sim, foi esse momento o auge do sentimento, da recordação, do doce da vida. foram momentos doces e audazes, momentos que tocaram, abraçaram e acarinharam o todo que me completa e me traduz. São meros momentos que constroem a calçada onde ambiciono caminhar... Momentos quentes e gélidos, que fazem enrugar as mãos, como a neve que cai no jardim lá fora... para além da vitrina, apenas o teu vulto, humilde e consagrado, se espelha no céu, rodeado pelas estrelas que iluminam o sentimento indefinido.
São pequenos, mas grandes momentos, que fazem de mim a mulher que sorri à vida, que chora no decorrer da noite, que abraça cada dia que nasce... momentos que me unem num só momento a ti.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

palavras



















Que significado têm meras palavras que tocam, que envolvem, que dão musica à vida? palavras que voam com o vento, que dançam ao sabor de chuva, que acariciam a alma... Momentos de felicidade, que nos fazem exilar da vida e ir mais além, para o horizonte onde os sonhos se concretizam. Nesta história que escrevo a cada dia que corre, por entre capítulos de amargura e outros de imaginação, sublinho palavras que me ocorrem, que me são ditas e juradas, que transparecem um outro significado para vida. São palavras que fazem virar a página de um capítulo rumo a um outro, que fazem largar o tudo do agora, para o mistério de amanhã. São areias movediças, que sauvizam em meus pés e deixam marcas nos cantinhos mais obscuros.


Mas que poder têm estas palavras que fazem sobrepor o futuro a um mero presente? que significado tem cada sílaba que as constitui, cada letra que se une com alento e devolve a imaginação ao mais puro dos dias? procuro incessantemente, a cada dia que passa, a cada luar que se esbate sobre o azul do rio, a cada segundo que marca no meu relógio de cabeceira..mas não há respostas. há apenas conjecturas, respostas lançadas sem fontes concretas, e adjectivos que as tentam caracterizar por entre um saber reencontrado no nada..


Palavras que descrevem, que amam, que acariciam...Umas outras, que atraiçoam, matam e nos fazem naufragar. Palavras que fazem meus cabelos esvoaçar ao sabor do vento, sem questionar qual a razão, que me fazem orbitar para além do universo, roubando cada estrela que ilustra o céu.


São palavras que fazem chegar ao último capítulo da história, derramando tinta da caneta que já mal quer escrever, redigindo a conclusão de toda a moral que se desvanece na história da minha vida.. São meras palavras...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Mar perdido
















mergulho na maré que me enternece, ficando submersa nas ondas que salpicam os cabelos daquela imagem que me embala no meu mais puro sonho...mas afinal onde pousa o meu coração? voa do meu corpo, mergulha na mais feroz onda e deixa-me com a alma vazia...vazia de palavras, de voz, de sentimentos...


Mas que vieste tu fazer ao meu Mundo, roubar o mais precioso pensamento, fazendo-me levitar para além da tinta que expressa tal sentimento tão confuso e árduo?o mar leva com ele as perguntas, deixando respostas incrédulas, sem perceptos ou contextos...resta o nada que me purifica, que traça o meu caminho e me faz ir para além das ondas, caminhando sobre a água cristalina rumo a algo. o Luar esbate-se sobre o azul, teu rosto encostado ao meu saboreia a seda da minha pele, e num momento petrificamos com a nossa imagem reflectida na noite...reflectida no presente e num futuro ainda não concretizado... Chegaste do nada, tu minha alma perdida, poisaste no lugar que duvidavas existir, e permaneceste..permaneceste à espera de notas musicais soltas que te façam bailar ao som da minha melodia... sim, bebe desse vinho do amor que nos atraiçoa, não pensando em mais nada, em mais ninguém, em mais nenhum minuto que nos una...


foi uma bela historia descrita nas paginas das ondas do mar, na maresia das memórias...segundos que despertaram a estrela mais bela e adormecida, horas que se tornavam instantes nestes dois vultos abraçados. Momentos que não fazem parte da ordem normal da vida, mas que transformam a timidez de uma lagrima, no esboço de um sorriso... pega nesse lápis de carvão que guardas na algibeira e traça...traça cada paralelo da calçada, desenha cada onda que tenho de percorrer, cada ramo que me derruba no chão como uma folha no outono...


dá voz às minhas palavras, abre portas aos meus sonhos...e navega...navega por esse mar sem fim que contorna o meu corpo, que me faz querer chegar a ti...peço-te...não naufrágues!