quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vida


Vida…Dias que passam,que correm com espectadores, actores principais e secundários… Pessoas que passam e nos envolvem no quente do seu abraço, outras que nos espetam flechas lançadas com fugor. Horas que desenrolam, fazendo-nos suspirar pelo último minuto recordado com um brilho nos olhos. Minutos que o relógio parece não querer marcar, que levam ao desespero, á solidão, á procura de um nada desconhecido. Palavras que tocam, acariciam, que tornam doce o amargo de outrora. Sílabas que iluminam o céu, e petrificam na janela um vulto adormecido. Questões que embaraçam o árduo e audaz significado disso mesmo…da vida. Um romance, um policial, uma comédia, descrita com inúmeras páginas anexadas em capítulos que aumentam com o dia a dia que teima em nascer. Um best-seller avistado na banca mais preciosa do nosso ser. Escrevemos o rumo, o decorrer da história, a entrada e saída de personagens, a hora do nascer do sol e do anoitecer. Desenhamos o luar observado pelo nosso olhar, o sol que enternece as mãos dadas de dois recém namorados, as ondas que ilustram o mar. Colocamos cada pedra na calçada onde caminhamos, cada tempestade que nos atormenta, cada lágrima que rompe e deixa o sal nos sedosos lábios. Redigimos o encontro, a desilusão, a morte da alma que nos faz embarcar no cruzeiro da paixão. A mágoa do sentimento indefinido a que denominam amor, o sorriso da amizade, o ardente envolver de dois corpos nus, o corrimão da escada que provoca dor. Vida…segundos, minutos, horas, dias de afirmações... Meses, anos, séculos de meras negações. É o ácido do limão que corrói o sentimento, o doce que faz querer mais e colocar arma em punho rumo á guerra. A bandeira branca que indica a paz, que enternece o olhar tímido de uma criança. O novo ser que nasce, e cumprimenta o Mundo que o vai acolher. A lágrima do ser que parte, para uma indefinição de um incógnito prazer. Vida… sensibilidade comum a todo o mortal, Narração coleccionada pelos olhares mais bisbilhoteiros que intrometem, atormentam, entram sem serem convidados e teimam em não querer sair. Inúmeros volumes numerados pela idade que começa a pesar e pela infância à muito adormecida. É a descrição de opostos, de diferenças, de um bem precioso a todos. É o nosso ser.

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