quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Momentos


Porque é que a lágrima corre, sem meio nem medida, sem razão concreta ou aparentemente correcta? Os momentos vão como os segundos passam no tempo, as recordações de duas mãos unidas embarcam rumo a um nada sem fim.. são horas que ficam marcadas mas que rapidamente se desvanecem numa tempestade sombria. O teu vulto permanece, ao invés do meu no teu ser. Permanecem as trocas de olhares, as mãos que se tocaram de mansinho, os lábios que se envolveram num momento único e inesquecível. são momentos fiéis ao meu coração, que não atraiçoam e que alimentam os meus sonhos e desejos mais encobertos. Permanece o minuto onde o luar se esbateu sobre o rio, onde ao longe se avistavam contornos de beleza e de luz...permanecem as folhas caídas no chão, que pisávamos até ouvir o seu estalar, sorrindo como duas pequenas crianças na idade da descoberta.. Depressa estávamos com os nossos lábios entrelaçados, e sim, foi esse momento o auge do sentimento, da recordação, do doce da vida. foram momentos doces e audazes, momentos que tocaram, abraçaram e acarinharam o todo que me completa e me traduz. São meros momentos que constroem a calçada onde ambiciono caminhar... Momentos quentes e gélidos, que fazem enrugar as mãos, como a neve que cai no jardim lá fora... para além da vitrina, apenas o teu vulto, humilde e consagrado, se espelha no céu, rodeado pelas estrelas que iluminam o sentimento indefinido.
São pequenos, mas grandes momentos, que fazem de mim a mulher que sorri à vida, que chora no decorrer da noite, que abraça cada dia que nasce... momentos que me unem num só momento a ti.

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